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domingo, 23 de setembro de 2012

Guerra entre Irã e Israel vai acontecer, diz comandante iraniano

Em declaração feita neste sábado (22), o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, general Mohammad Ali Jafari, afirmou que a guerra entre Irã e Israel “acabará por chegar”, e que seu país está preparado para o confronto e destruirá seus inimigos.
“Este tumor canceroso que é Israel busca lançar uma guerra contra nós. Mas não está claro quando ou onde será.”, afirmou o comandante, segundo a agência de noticias FARS. Para Jafari, Israel acabará cumprindo com suas ameaças de atacar seu país, e ressaltou que “se o regime sionista começar algo, este será o momento de sua aniquilação e o final de sua história”.
“Estamos fazendo todos os nossos esforços para aumentar a nossa capacidade defensiva, de modo que se houver um ataque, poderíamos nos defender e auxiliar outros países que precisem da nossa ajuda, com alta capacidade defensiva.”, afirmou Jafari.
A declaração ocorre em um momento de escalada na tensão entre os países, onde lideres israelense tem intensificado sua retórica contra o Irã ameaçando promover possíveis ataques a instalações nucleares iranianas.
Israel já executou bombardeios contra um reator nuclear iraquiano, em 1981, e outro contra a Síria, em 2007. Caso os esforços diplomáticos para deter a atividade nuclear iraniana não obtenham resultados, a nação judaica ameaça bombardear as instalações.
O Irã tem trabalhado em usinas nucleares, o qual afirma incansavelmente ser para fins pacíficos, porém a comunidade internacional não demonstra credibilidade nas afirmações de Teerã, demonstrando temor em relação à construção de armas de destruição em massa.
 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Minério que saiu do garimpo de Guajará-Mirim pode ter sido exportado para o Irã

Já sabe que o minério encontrado em La Paz é proveniente de garimpos de Guajará-Mirim, em Rondônia. Outras 18 toneladas de tantalita já estavam sendo encaminhadas para a Bolívia.

Chávez, o laranja atômico?
 
Uma investigação da Polícia Federal está tentando, desde a semana passada, confirmar os indícios de que o Irã está importando do Brasil, clandestinamente, matéria-prima para o seu programa nuclear. A suspeita surgiu depois da apreensão em agosto, na Bolívia, de 2 toneladas de um minério estratégico. As rochas em estado bruto foram encontradas em sacos na garagem de um prédio em La Paz onde funciona o escritório do adido militar da Venezuela. Prontamente, o governo boliviano declarou tratar-se de urânio, um material que, em elevado grau de pureza, serve como combustível da bomba atômica.
No dia seguinte, um ministro boliviano disse que o que havia sido apreendido era tantalita, mineral usado na produção de ligas metálicas de alta resistência ao calor, à abrasão e à corrosão por substâncias ácidas, características ideais para a fabricação de peças para reatores nucleares e motores de foguetes e mísseis. A tantalita está desde 2008 na lista de produtos que não podem ser exportados para o Irã, como parte das sanções impostas pela ONU ao programa nuclear dos aiatolás. A Polícia Federal, que montou uma força-tarefa com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Exército para elucidar o caso, já sabe que o minério encontrado em La Paz é proveniente de garimpos de Guajará-Mirim, em Rondônia. Outras 18 toneladas de tantalita já estavam sendo encaminhadas para a Bolívia. De lá, as rochas seriam transportadas ao Chile por terra e, depois, de navio até a Venezuela. Se a carga contrabandeada for realmente de tantalita - ainda há dúvidas, pois os investigadores brasileiros não puderam fazer uma análise independente a Venezuela terá de responder por que usou um caminho clandestino para obtê-la. Toda exportação de tantalita do Brasil precisa ser aprovada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear. Integrantes da equipe de investigação ouvidos por VEJA acreditam que os venezuelanos planejavam enviar o minério ao Irã sem despertar suspeitas da comunidade internacional.
 
Os presidentes Hugo Chávez, da Venezuela, e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, têm estreita colaboração, que já se traduziu em investimentos no país sul-americano, entre elas a construção de uma fábrica de automóveis ociosa. Se as suspeitas da PF forem confirmadas, ficará claro que a Venezuela não só apoia como também contribui ativamente para o programa nuclear secreto do Irã.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Bases militares dos EUA são ameaça à integração regional, diz Chávez

 
O presidente da Venezuela Hugo Chávez disse que o acordo que pode permitir a instalação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia é uma "ameaça" à integração regional e têm como "alvo" a Amazônia brasileira, o petróleo venezuelano e o Aquífero Guarani, considerado a maior reserva de água doce do mundo.
"Esse é um eixo que o império ianque (americano) está de olho há muito tempo. As bases militares asseguram o raio de ação ianque sobre toda a América do Sul", afirmou Chávez, neste domingo, durante o programa de rádio e TV Alô Presidente.
Chávez disse que há uma "corrida bélica" na região "dirigida" pelos Estados Unidos, com o objetivo de frear a integração regional impulsionada pela Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e pela Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas).
O presidente venezuelano também ironizou as explicações dadas pelos governos de Washington e Bogotá sobre a instalação das bases, que, de acordo com esses países, realizarão operações de combate ao narcotráfico.
"Agora pretendem convencer-nos do contrário, de que o que estão instalando aí são parques infantis, montanhas-russas. É uma verdadeira ameaça", acrescentou.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, por sua vez, afirmou que o acordo militar com os Estados Unidos "não tem volta atrás" e que responde à determinação de seu governo de "derrotar o terrorismo".
"Nossa política não tem marcha ré. É preciso derrotá-los totalmente e este é um passo na direção correta", afirmou Uribe em um ato público que foi transmitido pela TV estatal.

Rússia
O acordo militar que deve ser assinado na próxima semana poderá transformar a Colômbia no reduto das operações militares americanas na América do Sul. O acordo prevê o uso, pelo Exército americano, de três bases militares na Colômbia.
"Estamos obrigados a alertar aos vizinhos e ao mundo. As bases são uma ameaça a todos, inclusive para a própria Colômbia", afirmou o presidente venezuelano.
Chávez voltou a afirmar que firmará novos acordos de cooperação militar com a Rússia para incrementar a capacidade de defesa de seu país.
"Em poucas semanas vamos para lá (Rússia). (Temos) compromissos energéticos, tecnológicos e também militares, não nos resta outra alternativa", afirmou.
"Não queremos a guerra, a odiamos. Mas lamentavelmente temos que nos preparar para ela, o império e a burguesia colombiana nos obrigam. Nós estamos na lista número um, somos o primeiro alvo do império", acrescentou.
Golpe em Honduras
Chávez voltou a criticar a atuação dos Estados Unidos em relação à crise hondurenha e afirmou que na madrugada em que sofreu o golpe de Estado, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, teria sido levado à base militar americana de Palmerola (Honduras), antes de ser levado à Costa Rica.
Chávez disse que foi o próprio Zelaya quem deu detalhes da operação que teria sido coordenada por funcionários americanos.
"Não sabiam o que fazer os militares ianques e tomaram a decisão ali. É grave, o senhor não acha presidente (Barack) Obama?", afirmou o presidente venezuelano.
Chávez também rebateu as críticas de Obama, que qualificou de "hipocrisia", a posição dos países que dizem que os Estados Unidos não foram rigorosos o bastante para exigir o retorno do presidente de Honduras ao poder. Para Obama, esses países são os mesmos que criticam a política intervencionista americana na região.
"Não há hipocrisia (...) não estamos pedindo que intervenham em Honduras, pelo contrário, estamos pedindo que o império retire suas garras de Honduras e da América Latina", afirmou.

Presença militar dos EUA cresce na América do Sul



Seja por meio de bases militares, ajuda econômica no combate ao narcotráfico, atividades conjuntas ou equipes de efetivos norte-americanos, o fato é que operações militares dos Estados Unidos estão presentes em quase todos os países da América do Sul, exceto na Bolívia e na Venezuela. No entanto, para especialistas entrevistados pelo Opera Mundi, o recente acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos representa um elemento a mais de ameaça à estabilidade da região.

Para o diretor do observatório político sul-americano do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), Marcelo Coutinho, as bases norte-americanas na Colômbia são um perigo para os  países do subcontinente, principalmente para o Brasil, apesar de não haver um risco imediato. “Não se sabe o motivo [da ampliação das bases], mas o fato suscita preocupação. O Brasil deve ficar atento, pois é um país amazônico”.  Uma das bases, a de Apiay, será instalada na fronteira com o Brasil, na região conhecida como Cabeça do Cachorro.


Já a economista mexicana Ana Esther Ceceña, membro do Conselho Latino Americano de Ciências Sociais, acredita que o acordo significa uma ameaça maior e imediata. “Uma base tem um alcance maior e mais amplo do que sua localidade e permite ampliar o raio de ação, nesse caso a parte sul do continente”. Para Ana Esther, o interesse norte-americano é claro: “os recursos naturais da América do Sul”. Segundo ela, os alvos seriam as reservas de petróleo da Venezuela e do Brasil, o gás da Bolívia, a Amazônia e a água potável, abundante no continente.


O jornalista Andres Oppenheimer, colunista do Miami Herald, tem opinião diferente. Acha que o protesto sul-americano contra o acordo militar deve-se a um erro de relações públicas por parte das autoridades colombianas, já que não haverá bases norte-americanas propriamente ditas no país.


Em artigo publicado dias atrás pela Folha de S. Paulo, ele explica que, ao contrário do que ocorre nas bases em Manta (Equador), Guantánamo ou na Europa, sobre as quais os EUA têm jurisdição, na Colômbia os soldados norte-americanos não operarão nenhuma base. "Serão bases colombianas, comandadas e operadas por colombianos, nas quais haverá acesso regulado de pessoal americano", o jornalista diz ter ouvido do chanceler colombiano, Jaime Bermúdez.


Uma lei federal dos EUA dispõe que o número de soldados do país estacionados na Colômbia não pode passar de 800 militares e 600 prestadores civis de serviços. No ano passado, havia 71 militares e 400 civis contratados pelos EUA estacionados na Colômbia, segundo Oppenheimer.


Manta


O mal-estar diplomático entre a Colômbia e países como o Equador e Venezuela começou quando os Estados Unidos anunciaram a transferência e o aumento da base de Manta, até então a única Localidade de Operações Avançadas dos Estados Unidos na América do Sul - como são chamadas as bases -, após o presidente Rafael Correa ter anunciado que não renovaria o acordo militar.


Só uma das novas bases da Colômbia – país que possui o maior número de operações  militares norte-americanas na América do Sul –, a instalação aérea de Palanquero, em Puerto Salgar, a cerca de 190 quilômetros ao norte da capital Bogotá, terá dois mil homens, uma série de radares, além de cassinos, restaurantes, supermercados, hospital e teatro.


A pista do aeroporto será a mais extensa da Colômbia, com 3,5 mil metros de longitude e 600 metros de largura, maior que a de Manta, e permitirá a partida simultânea de até três aviões.


O comandante das Forças Armadas da Colômbia, general Fredy Padilla de León, disse hoje (12) que uma comissão viajará a Wanshington neste fim de semana para acertar os últimos detalhes do acordo para instalação das bases no país, segundo informações do jornal El Espectador.


Colômbia


Desde 2000, a presença militar dos Estados Unidos cresceu na região por meio da reativação de bases e aumento do número de efetivos, afirmou Ana Esther. E a Colômbia foi o país onde a ampliação foi mais expressiva.


As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) estão perdendo a guerra, o que tornaria desnecessária a ampliação do acordo militar, segundo Coutinho. “A Colômbia é o país com maior atuação norte-americana”, complementa.


Para ele, o momento escolhido para o aumento da presença militar na última década tem uma clara explicação. “A América do Sul vem progressivamente construindo uma independência dos Estados Unidos, que antes eram uma forte influência política na região. Há um deslocamento, um progressivo afastamento do país, e a criação da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) é uma prova disso”.


A Unasul é uma comunidade política e econômica que congrega 12 países sul-americanos.


Em 2004, com a implementação da Iniciativa Andina Antidrogas, os Estados Unidos expandiram o Plano Colômbia com o objetivo de assegurar a presença militar na América do Sul e, em especial, na Amazônia. Em seguida, o Congresso aprovou a duplicação do número de soldados na Colômbia e aumentou a quantidade de ‘mercenários’ empregados pelas companhias militares, que exercem funções terceirizadas pelo Pentágono. Em 2009, a ajuda militar à Colômbia somará 3,3 bilhões de dólares.


Quarta Frota


A instalação de bases militares não é um fato isolado, mas vem acompanhado de dois fatores, lembra Coutinho. Um deles é o resgate pelo ex-presidente George W. Bush da Quarta Frota – uma divisão da Marinha dos Estados Unidos responsável por operações no Atlântico Sul – feito no ano passado, e o afastamento progressivo dos países da região dos Estados Unidos.


A decisão de reativá-la coincidiu com a descoberta de imensas jazidas de petróleo na camada pré-sal na plataforma continental do Brasil, anunciada em novembro de 2007. Mas a justificativa norte-americana para a retomada da divisão naval – desativada há mais de 50 anos –, foi o combate ao tráfico de drogas, e o desejo de auxiliar em desastres naturais e em missões de paz na América Latina e no Caribe.


Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desaprovou a medida norte-americana, afirmando que “os homens já estão aí com a Quarta Frota quase em cima do pré-sal”.


No Brasil, além da Quarta Frota, há aproximadamente 6.300 militares dos Estados Unidos e soldados de agências terceirizadas contratados pelo governo norte-americano na região da Amazônia, nas fronteiras com Peru e Colômbia. Há também efetivos próximos ao Aquífero Guarani, instalados nas áreas fronteiriças com Argentina e Paraguai. Além disso, o país recebe verba norte-americana para ajudar o Exército brasileiro no combate às drogas.


Outras operações


Além de Brasil, Colômbia e Paraguai, há outros territórios ocupados por operações norte-americanas. Na Argentina, há radares que alcançam o sul do Brasil, e há militares em Puerto Iguazu, na região da Tríplice Fronteira.

O Suriname, Guiana Francesa, Uruguai e Chile recebem auxílio de militares norte-americanos e realizam trabalhos conjuntos. Na Guiana, há um trabalho conjunto com as Forças de Defesa do país, ajuda militar, econômica, humanitária e treinamento.

O Peru tem um grupo de ajuda militar de apoio às Forças Armadas Peruanas, recebe financiamento para o combate ao tráfico de drogas, possui uma instalação em Iquito, radares de grande alcance operados por norte-americanos e pista de pouso próxima à fronteira brasileira, no Acre.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Violentos protestos contra filme anti-Islã se propagam pelo mundo muçulmano


Afeganistão e Indonésia tiveram nesta segunda-feira seus primeiros protestos violentos, com centenas de manifestantes enfrentando a polícia com pedras e aos gritos de "Morte à América", em resposta ao filme anti-Islã que desencadeou uma onda de revolta no mundo muçulmano.
Uma pessoa morreu nesta segunda durante as manifestações no Paquistão.
Os novos episódios de violência são os mais recentes exemplos da fúria contra o filme anti-Islã produzido nos Estados Unidos e divulgado no YouTube que causou na semana passada manifestações contra símbolos americanos, incluindo embaixadas, em pelo menos 20 países, deixando um registro de 19 pessoas mortas até o momento, entre elas o embaixador americano em Benghazi, leste da Líbia.
Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas durante um tiroteio entre a polícia e manifestantes em Warai, cidade do noroeste do Paquistão, situada perto da fronteira afegã.
Os manifestantes incendiaram uma delegacia, uma associação de jornalistas, a casa de um juiz e três carros. A polícia utilizou bombas de gás lacrimogêneo e fez disparos de advertência para dispersar a multidão.
As autoridades hospitalares confirmaram nesta segunda-feira a morte de um manifestante na véspera, durante as manifestações perto do consulado americano em Karachi (sul), capital econômica de Paquistão.
Também foram realizadas passeatas contra os Estados Unidos em Peshawar (noroeste) e Queta (oeste).
O primeiro-ministro paquistanês, Raja Pervez Ashraf, ordenou o bloqueio do acesso ao YouTube depois que o site "se negou a seguir o conselho do governo do Paquistão para remover o filme blasfemo".
Em Cabul, mais de mil afegãos protestaram e queimaram carros da polícia na estrada para Jalalabad, informou à AFP Mohamed Ayub Salangi, chefe de polícia.
Entre 40 e 50 policiais ficaram levemente feridos atingidos por pedras e paus, disse Salangi, que também sofreu ferimentos leves.
Um policial, que se identificou apenas como Hafiz, afirmou que os manifestantes também jogaram pedras em Camp Phoenix, uma base militar dos Estados Unidos na capital.
Em Jacarta, manifestantes jogaram bombas incendiárias e enfrentaram a polícia indonésia em frente à embaixada americana, gritando "Estados Unidos vão para o inferno!" no primeiro protesto violento contra o filme "A inocência dos muçulmanos" no país mais populoso do mundo muçulmano.
O porta-voz da polícia, Rikwanto, disse que as forças de segurança recorreram ao uso de bombas de gás lacrimogêneo, canhões de água e tiros de advertência, mas não indicou se foram disparadas balas reais.
Muitos manifestantes eram partidários de grupos radicais islamitas e usavam o mesmo traje branco muçulmano, disse um jornalista da AFP.
Em Sanaa, capital do Iêmen, foram realizadas marchas pacíficas. Centenas de estudantes pediram a expulsão do embaixador americano, convocaram um boicote aos produtos americanos e condenaram a presença de marines para proteger a embaixada.
Enquanto isso, cerca de 3.000 filipinos muçulmanos reunidos na praça da cidade de Marawi, no sul das Filipinas, queimaram bandeiras americanas e israelenses para expressar sua raiva contra o filme anti-Islã.

 Líder do Hezbollah faz aparição incomum 

 

No Líbano, o líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, fez uma aparição incomum nesta segunda-feira, na qual criticou os Estados Unidos diante de milhares de partidários em uma manifestação.
Esta foi a quinta aparição pública do chefe desta poderosa formação islamita armada, que vive recluso desde o final da guerra em 2006, entre Israel e o Hezbollah, e seu primeiro discurso em público desde 2008.
Sua surpreendente aparição, que durou cerca de quinze minutos, provocou o delírio da multidão que se reuniu no subúrbio sul de Beirute, reduto do partido xiita para denunciar um filme islamofóbico que provocou manifestações de ira no mundo muçulmano e causou várias mortes.
"Não se trata de um movimento passageiro ou de algo espontâneo, mas sim do começo de uma mobilização séria que deve continuar em toda a nação islâmica para defender o profeta" Maomé, disse Nasrallah.
"Todo o nosso povo e nosso governo devem pressionar a comunidade internacional para que adote uma resolução internacional e leis nacionais que criminalizem todas as ofensas às religiões monoteístas e aos grandes profetas de Deus", acrescentou.
A Al-Qaeda na Península Arábica convocou ataques contra missões diplomáticas dos Estados Unidos no Oriente Médio e na África, e contra os interesses americanos no Ocidente.
Os Estados Unidos retiraram seus diplomatas do Sudão e da Tunísia e recomendaram que seus cidadãos não viajem para esses dois países.
Após as queixas, o Google bloqueou o acesso ao vídeo em Egito, Índia, Indonésia, Líbia e agora na Malásia, enquanto o governo restringiu o acesso ao YouTube no Afeganistão e Paquistão.

Manobras russas põem Geórgia em alerta

 

Os exercícios militares Kavkaz-2012 (Cáucaso-2012) começam nesta segunda-feira na região militar do Sul. Apesar de abrangerem apenas o território russo e de contarem com a participação de destacamentos nacionais, passaram a ser um alvo de polémicas a nível internacional.
A iniciativa partiu da Geórgia ao declarar que as manobras iriam ameaçar a soberania de Estados caucasianos. Os receios relacionados com a realização dos exercícios foram formulados também pelo secretário-geral da OTAN.
Do ponto de vista de Tbilissi, o evento encerra perigo, antes de mais, para a Geórgia e também para o Azerbaidjão. O chefe da diplomacia georgiana, Grigol Vashadze, anunciou que, antes do conflito de augusto de 2008, a Rússia tinha promovido os exercícios análogos. Naquela altura, o seu principal objetivo era concentrar as tropas perto da fronteira georgiana para depois, no momento oportuno, pô-las em ação.
No ano corrente, adianta Vashadze, Moscou espera "exercer pressão e influir na situação política interna a fim de afastar do poder o atual governo". Todavia, o diplomata silenciou o fato, reconhecido há três anos pela comissão de investigação internacional, das ações de combates terem sido iniciadas pela Geórgia. Por isso, não há nada de surpreendente nessa acusação a qual carece de fundamentos, refere o observador militar do periódico russo Izvestia, Ivan Konovalov.
"Era fácil de prever a reação georgiana ao evento: a Geórgia tem se preocupado sempre com as manobras militares naquela região russa. Este é mais um pretexto para atrair a atenção da comunidade mundial".
Causa uma surpresa maior o facto de que, nessa questão, Tbilissi foi apoiada pelo secretário-geral da OTAN, Andres Vog Rasmussen, conforme o qual a Rússia "tem de respeitar a integridade territorial e a soberania da Geórgia". Além disso, disse lamentar que a Rússia "não fornecesse à Aliança Atlântica informações sobre o objetivo dos exercícios".
No entanto, é pouco provável que Moscou não entenda bem as autênticas razões que originaram esta declaração, ressalta o chefe do Centro de Conjuntura Política, Serguei Mikheev.
"É uma concessão estimulante para o Sr. Saakashvili que, até hoje, continua nutrindo ilusões de estar a contar com o apoio absoluto da comunidade mundial. Na realidade, esta última não o apoiou no momento oportuno. Presentemente, o Ocidente se manifesta disposto a solidarizar-se com Saakashvili, pelo que Tbilissi requer periodicamente quaisquer sinais de atenção. A declaração de Rasmussen é um destes sinais do Ocidente".
Convém acentuar que a celeuma foi levantada por causa das manobras que, efetivamente, não terão grandes proporções. Nos exercícios militares em causa participarão apenas 8 000 soldados e cerca de 3000 carros de combate e peças de artilharia. A Rússia nem sequer convidou para o efeito os contingentes de suas bases militares na Arménia, Abkházia e Ossétia do Sul. Mais do que isso, as manobras realizar-se-ão bem longe da fronteira coma Geórgia.
Segundo esclareceu a propósito o vice-chefe do Estado-Maior General, Alexander Postnikov, "tal decisão havia sido tomada para evitar aumento de tensão na região". É pena que estes passos e asseverações fidedignas não tenham provocado um eco positivo em Tbilissi.

China pede que EUA não tomem partido em conflito com Japão



O governo chinês pediu nesta segunda-feira ao secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta - que está iniciando uma visita oficial à China - que Washington se mantenha afastado do conflito diplomático entre Pequim e Tóquio em torno das ilhas Senkaku/Diaoyu.

"Esperamos que os Estados Unidos possam honrar, seriamente, seu princípio de não se posicionar na questão das ilhas Diaoyu", afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Hong Lei.

Hong rejeitou assim as ofertas de Panetta, que hoje e amanhã está visitando o gigante asiático, para que os EUA sirvam de moderadores no tenso conflito que Pequim e Tóquio vivem pela soberania do arquipélago que os chineses chamam Diaoyu, e que gerou violentos protestos antijaponeses em cidades da China.

Os veículos oficiais chineses acusam os EUA de jogar nos dois lados do conflito, já que, se por um lado Washington se apresenta diante de Pequim como "neutro", para Tóquio afirma que seu pacto bilateral de segurança com o Japão também inclui o território das ilhas Senkaku. "Washington deveria desencorajar as provocações do Japão e retificar sua posição equivocada de aplicar o tratado de segurança às ilhas Diaoyu", disse hoje sobre um artigo de opinião da agência oficial Xinhua.

Hong foi questionado hoje pelos ataques contra interesses japoneses que aconteceram no fim de semana em várias cidades da China - que forçaram empresas japonesas como Panasonic e Canon a paralisar as atividades no país - e prometeu proteger "os interesses estrangeiros em solo chinês" mas também pediu a Tóquio que assuma parte da responsabilidade pelos distúrbios.

"O andamento da situação depende de se o Japão pode enfrentar o apelo do povo chinês e corrigir sua atitude", afirmou o chanceler, acrescentando que Tóquio "deve corrigir seus erros e voltar ao caminho das negociações".

Alguns jornais divulgaram que em um dos protestos, em Cantão (sul), quebraram um carro oficial do Consulado italiano, enquanto em outro, em Xian (norte), um estudante morreu esmagado pela multidão, notícias que, embora Hong não tenha confirmado, o levaram a pedir moderação. "Pedimos à opinião pública que se expresse de forma legal, racional e ordenada", disse.

Situadas a 250 km do litoral da China continental e a 200 km a oeste do arquipélago japonês de Okinawa, as ilhas Diaoyu/Senkaku, cujas águas podem ter grandes recursos marítimos e energéticos, foram motivo de disputa entre chineses, japoneses e taiuaneses durante décadas. O conflito foi reaberto nas últimas semanas, pela compra no início deste mês de três de suas ilhas por parte do governo japonês a empresários japoneses privados.

Teme-se uma piora do conflito amanhã, já que o chamado "Incidente de Mukden", que levou o Japão a invadir em 1931 o território chinês de Manchúria, faz aniversário amanhã, e isso poderia representar uma desculpa para mais protestos anti-japoneses em território chinês. Além disso, o iminente fim da proibição de pesca no Mar da China Oriental levará pescadores chineses a viajarem ao arquipélago para trabalhar, apesar à oposição japonesa.

"As águas das Diaoyu estão sob jurisdição chinesa, e os pescadores chineses pescaram ali durante gerações", comentou hoje o porta-voz de Relações Exteriores chinês, sublinhando que depende das condições meteorológicas, entre outros fatores, para que estes viajem à região em conflito.