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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Bases militares dos EUA são ameaça à integração regional, diz Chávez

 
O presidente da Venezuela Hugo Chávez disse que o acordo que pode permitir a instalação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia é uma "ameaça" à integração regional e têm como "alvo" a Amazônia brasileira, o petróleo venezuelano e o Aquífero Guarani, considerado a maior reserva de água doce do mundo.
"Esse é um eixo que o império ianque (americano) está de olho há muito tempo. As bases militares asseguram o raio de ação ianque sobre toda a América do Sul", afirmou Chávez, neste domingo, durante o programa de rádio e TV Alô Presidente.
Chávez disse que há uma "corrida bélica" na região "dirigida" pelos Estados Unidos, com o objetivo de frear a integração regional impulsionada pela Unasul (União das Nações Sul-Americanas) e pela Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas).
O presidente venezuelano também ironizou as explicações dadas pelos governos de Washington e Bogotá sobre a instalação das bases, que, de acordo com esses países, realizarão operações de combate ao narcotráfico.
"Agora pretendem convencer-nos do contrário, de que o que estão instalando aí são parques infantis, montanhas-russas. É uma verdadeira ameaça", acrescentou.
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, por sua vez, afirmou que o acordo militar com os Estados Unidos "não tem volta atrás" e que responde à determinação de seu governo de "derrotar o terrorismo".
"Nossa política não tem marcha ré. É preciso derrotá-los totalmente e este é um passo na direção correta", afirmou Uribe em um ato público que foi transmitido pela TV estatal.

Rússia
O acordo militar que deve ser assinado na próxima semana poderá transformar a Colômbia no reduto das operações militares americanas na América do Sul. O acordo prevê o uso, pelo Exército americano, de três bases militares na Colômbia.
"Estamos obrigados a alertar aos vizinhos e ao mundo. As bases são uma ameaça a todos, inclusive para a própria Colômbia", afirmou o presidente venezuelano.
Chávez voltou a afirmar que firmará novos acordos de cooperação militar com a Rússia para incrementar a capacidade de defesa de seu país.
"Em poucas semanas vamos para lá (Rússia). (Temos) compromissos energéticos, tecnológicos e também militares, não nos resta outra alternativa", afirmou.
"Não queremos a guerra, a odiamos. Mas lamentavelmente temos que nos preparar para ela, o império e a burguesia colombiana nos obrigam. Nós estamos na lista número um, somos o primeiro alvo do império", acrescentou.
Golpe em Honduras
Chávez voltou a criticar a atuação dos Estados Unidos em relação à crise hondurenha e afirmou que na madrugada em que sofreu o golpe de Estado, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, teria sido levado à base militar americana de Palmerola (Honduras), antes de ser levado à Costa Rica.
Chávez disse que foi o próprio Zelaya quem deu detalhes da operação que teria sido coordenada por funcionários americanos.
"Não sabiam o que fazer os militares ianques e tomaram a decisão ali. É grave, o senhor não acha presidente (Barack) Obama?", afirmou o presidente venezuelano.
Chávez também rebateu as críticas de Obama, que qualificou de "hipocrisia", a posição dos países que dizem que os Estados Unidos não foram rigorosos o bastante para exigir o retorno do presidente de Honduras ao poder. Para Obama, esses países são os mesmos que criticam a política intervencionista americana na região.
"Não há hipocrisia (...) não estamos pedindo que intervenham em Honduras, pelo contrário, estamos pedindo que o império retire suas garras de Honduras e da América Latina", afirmou.

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